quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Cultura da convergência, Henry Jenkins

Jenkins propõem o termo cultura da convergência para abordar o tema da convergência dos meios de comunicação, da cultura participativa e inteligência colectiva. O termo convergência está associado ao fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes mediáticos. Jenkins afirma que o consumo tornou-se um processo colectivo – e é isto que entende por inteligência colectiva. Não sabemos bem com que dimensão, mas as redes sociais têm influenciado os comportamentos humanos de informação e comunicação. Contudo em 2012 assistimos na Europa e grandes manifestações sociais, organizadas através da comunicação nas redes sociais. As auto-estradas de informação e comunicação em Internet já provaram ter a capacidade suportar a comunicação de muitas pessoas em simultâneo. Parece óbvio, que a espécie humana terá mais probabilidade de sucesso se os seus membros cooperarem entre si. A cooperação humana é dos métodos mais avançados de evolução, mas também contribui para aumentar a complexidade dos sistemas. Portanto o desafio não está na cooperação humana, mas na capacidade de manter simplicidade nas formas de informar e comunicar. No campo da interacção homem máquina, serão espectáveis interfaces cada vez mais ubíquos. A naturalidade da interacção depende da facilidade com que um utilizador aprende a usar determinado artefacto para efectuar uma acção ou tarefa. Num futuro próximo será provavelmente mais simples, intuitivo e natural interagir nas auto-estradas da informação e comunicação.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O corpo biocibernético e o advento do pós-humano, Lúcia Santaella

As descobertas científicas e as invenções tecnológicas das últimas décadas têm contribuíram para a criação do termo revolução digital. Os avanços tecnológicos têm provocado alterações na vida social e cultural das sociedades Humanas. Lucia Santaella apresenta uma perspectiva histórica sobre e o estado da arte cibernética. Apresenta vários descobertas científicas e invenções tecnológicas sugerindo que a humanidade está imersa numa era pós-biológica. Santaella invoca as consequências da revolução digital como factores que provocaram grandes alterações na constituição da vida social. Neste novo contexto o corpo humano está a passar por modificações na forma de se relacionar com a máquina. Maturana e Varela expandiram a reflexividade, através de uma visão do mundo como um conjunto de sistemas informacionalmente fechados. Os organismos respondem ao meio ambiente de maneiras determinadas pela sua organização interna. O único objectivo dos organismos é continuamente produzir e reproduzir a organização que os define como sistemas. Por este motivo, eles não são apenas auto organizativos, mas também auto poéticos. A autopoieses altera o paradigma cibernético pelo avesso. A sua premissa central de que os sistemas são informacionalmente fechados, altera a ideia da curva da informacional do feedback, porque não existe uma ligação do sistema com o ambiente. Não vemos o mundo como algo separado de nós. Vemos apenas aquilo que a nossa organização sistémica nos permite ver. Santaella define biocibernético como o corpo que foi emergindo do corpo humano na sua crescente incorporação de extensões tecnológicas, o corpo pós-humano. Neste contexto faz um levantamento do estado da arte agrupando um conjunto de exemplos que demonstram a aceleração das transformações tecnológicas e as consequências para a alteração da realidade do corpo humano.